Muitas pessoas conhecem o minimalismo por algum motivo específico, que pode ser ter uma casa mais organizada e funcional, ter mais tempo livre para família ou pra aprender uma habilidade nova, economizar dinheiro pra realizar um sonho grande como comprar uma casa, por exemplo. Outras pessoas descobrem o minimalismo após alguma crise ou um acontecimento marcante que os fez refletir sobre a vida.

Nesse artigo, vou contar os motivos que me levaram ao minimalismo e por que aconselho você a fazer o mesmo.

 

“O estilo de vida minimalista é algo que floresce de dentro para fora”.

 

Fizemos um vídeo emocionante sobre esse assunto, se você gostar, deixe um like no nosso Youtube e se inscreva.

Minimalismo – Por onde começar?

O motivo pelo qual você decide transformar algo na sua vida deve ser baseado única e exclusivamente em você. As suas escolhas não devem ser feitas pensando em como o outro vai reagir a elas. Mas como fazer essas escolhas de forma consciente se muitas vezes nem sabemos ao certo quem somos, do que gostamos, o que queremos?

Grande parte das coisas que eu tinha, que eu comprava, no que via meu dinheiro indo embora, tinham a ver com o externo, com o ambiente profissional onde eu passava grande parte do dia, com os lugares que a gente frequentava, com a imagem que eu achava que os outros tinham de mim. Me vestia para os outros, arrumava a minha casa para os outros, me preocupava tanto em atender as expectativas alheias que me perdi de mim mesma.

Eu gostava do meu trabalho, sempre amei as áreas de hotelaria e turismo, não encarava como um fardo, não me pesava sair de casa pra ir trabalhar. Eu realmente gostava do que fazia. Mas nem sempre fazia por mim, ou para mim. Era extremamente competitiva no quesito vendas e metas e sempre me comparava muito com colegas e com clientes.

Esse foi um dos motivos que me levou ao extremo, ao Burnout. A minha dedicação sem limites a profissão, as muitas horas de trabalho, mas principalmente por causa da cobrança que eu colocava sobre mim mesma e pelos limites que eu não sabia impor.

Uma casa maior para podermos comprar mais coisas e ter mais dívidas

Mas um agravante de tudo isso era o que tinha acontecido nos últimos meses. Saímos do apartamento alugado para assumir o financiamento da casa própria, dobramos o nosso custo de vida, o trabalho de manutenção e a preocupação com as finanças. Claro que na época não tínhamos consciência de nada disso.

Já se sentiu assim, achando que vai explodir a qualquer momento?

Os móveis e objetos que ocupavam o apartamento de 52m2 ficavam “perdidos” na casa de 167m2, então logo demos jeito de ir preenchendo os armários vazios, os ambientes e a nossa vida toda com mais coisas. E assim aumentamos ainda mais as despesas mensais.

Quando saí de licença maternidade, me vi sozinha cuidando de um recém nascido, tentando cuidar de mim e daquela quantidade de coisas que tínhamos e que agora, eu via, já que passava quase o dia todo em casa. Percebi que, por conta da bagunça e da sujeira das coisas e da casa, eu deixava de curtir meu filho e o pouco tempo livre que eu tinha. Ou seja, tudo aquilo estava roubando um tempo precioso da minha vida.

O ponto de virada

Quando conheci Os Minimalistas, nessa época de mãe em tempo integral, me identifiquei na hora com tudo o que li, vi e ouvi. Era como se aquela chama que estava apagada dentro de mim, devagarinho começasse a reascender. Era mesmo possível viver de um jeito mais leve, com bem menos coisas, menos dívidas, menos cobranças, menos distrações, menos carga física e emocional? Eu queria descobrir.

Tinha uma vaga lembrança daquela menina que usava saias longas, que andava descalça. Que dormia na rede da varanda e que ficava deitada no pátio de casa observando as estrelas. E a possibilidade que o minimalismo me mostrava de uma vida mais livre com a qual eu tanto sonhava e buscava estava ali, bem diante dos meus olhos.

Minimalismo como processo de cura

O Minimalismo foi pra mim, e ainda é, um processo de cura. Quando eu comecei a identificar e a retirar da minha vida tudo aquilo que não fazia sentido, que não falava com minha essência, que não tinha real importância, eu comecei a abrir tempo e espaço pra descobrir o que realmente era importante, o que era de fato essencial. Quando comecei a retirar os excessos, comecei a sentir a liberdade de ter menos.

Liberdade, tempo e alívio foram só algumas das coisas que eu senti acontecendo no meu dia a dia. E a partir daí um novo mundo se abriu. Eu me vi indo na contra mão do ambiente consumista em que eu vivia, percebendo o quanto o meu dinheiro era colocado em coisas que eu nem sabia mais que eu tinha.

E hoje eu sigo aplicando o minimalismo na prática, porque mesmo nos dias ruins, nas fases ruins, nos momentos de estresse e ansiedade que tenho (sim pq sempre temos, todos temos momentos assim), o mundo não vira cor-de-rosa pra sempre pq a gente aprende a se desapegar dos excessos, esse é um processo contínuo e permanente, é aquela trilha que fica cada vez mais bonita conforme você vai percorrendo e que vai te apresentando novos caminhos e com menos “bagagem” pra carregar você pode ir fazendo escolhas e mudando o destino com muito mais presença e liberdade.

E ai, vamos nos desapegar de todas essas bagagens que a gente acumulando ao longo dos anos?