Inspirada em um origami, a Tiny House Tsuru nasceu da ideia de prosperidade, leveza e liberdade. Foi essa ideia que ajudou a Erika Horiuchi a moldar a sua mini casa sobre rodas, que foi projeta e construída por ela aqui no Brasil.
A Erika é uma arquiteta, minimalista e nômade, que sempre tem espírito aventureiro e que sempre gostou de espaços pequenos. Seu primeiro contato com as Tiny Houses foi através de uma página de jornal, onde viu pela primeira vez a moradia perfeita para seu estilo de vida: uma Tiny House sobre rodas sendo levada por uma pickup. Agora, Erika tinha um sonho, que era ter o seu cantinho móvel e feito do jeitinho que ela gostasse e que lhe fosse funcional.
Erika Horiuchi (ou, aqui nos Pés Descalços, Erikuchi)
A Erika diz que é uma “japonesa paraguaia”, pois, apesar de ser muito conectada com sua ancestralidade em seu modo de viver e de agir, ela é filha de uma brasileira e de um japonês que resolveram morar aqui no Brasil, onde Erika nasceu. Outra coisa é que ela não tem um segundo nome japonês como na tradição do país.
Além dessa mistura que traz de casa, a Erika também é “cidadã do mundo”. Já viajou bastante, já conheceu muitas pessoas e já trabalhou em muitos nichos diferentes. Tudo isso faz com que aumente ainda mais o sentimento de que ela é um universo cultural, com um pouco da mãe, um pouco do pai, e um pouco de todas as pessoas que cruzaram seu caminho e marcaram sua história.
Erika e as Tiny Houses
Como já dito, a Erika conheceu as Tiny Houses através de um jornal, mas teve que pesquisar um pouco mais para saber se isso já era possível no Brasil.
Foi assim que a gente se conheceu. Pesquisando na internet, assim como você, a Erika encontrou a gente e acabou vendo em um dos nossos projetos — o Projeto Colibri — a possibilidade de transformar o sonho de ter uma dessas casinhas em realidade.
No Projeto, ela teve acesso à métodos construtivos padrão das Tiny Houses e ao estilo de vida que elas proporcionam. Foi assim que a sua vontade de ter sua própria Tiny House cresceu ainda mais e ficou mais nítido que, sim, ela poderia fazer aquilo.
Então, dentre vários rostinhos que se propuseram a dar vida ao projeto, estava a Erika. Mal sabíamos que ela seria umas das primeiras pessoas a colocar a mão na massa e a primeira a pessoa a concluir seu objetivo depois da nossa Mentoria.
A CoLab do Kamecasa
A Erika já era nossa amiga virtual quando a convidamos para a CoLab do nosso caminhão casa — o famoso Kamecasa — em que elas e outras pessoas do projeto Colibri se reuniram para nos ajudar e a aprender na prática como é construir uma Tiny House e o que deve ser levado em conta.
Erika: “Foi muito legal essa troca, da gente fazer as coisas juntos, manusear as ferramentas, materiais, e ter essa experiência colaborativa. Então, eu já fiquei com mais vontade ainda de ter um projeto, uma casa minha construída, assim por forma de mutirão, com as próprias mãos. Então toda essa mobilização com o coletivo pra gente conseguir unir forças e a pessoa conseguir realizar um sonho. Juntar todas as pessoas que têm também esse interesse em comum para materializar uma casa foi muito importante e me deu mais esse fôlego essa essa vontade de construir dessa mesma forma”.
Para a Erikuchi só faltava mais uma coisa… Conhecimento.
Aprendendo a construir uma Tiny House
A Erika sabia o que queria, mas não sabia como poderia fazer tudo aquilo funcionar do início ao fim. Afinal, como projetar uma Tiny House? Como construir uma Tiny House? Onde encontrar material sobre Tiny Houses no Brasil? — essas eram algumas perguntas que sopravam em sua cabeça. Ela percebeu que precisava de uma especialização mais focada nas mini casas. E assim, ela se tornou uma Pioneira do Movimento Tiny Houses através da Mentoria.
Erika: “[…] o resultado dessa mentoria foi o projeto da Tiny House Tsuru que está aqui agora concluída nove meses depois. O projeto surgiu em uma das aulas da mentoria onde eu comecei a rabiscar e surgiram os primeiros as primeiras ideias. Uma coisa que foi um partido inicial do projeto foi o telhado em diagonal que faz referência as asas do origami tsuru, o passarinho dobradura, e é justamente por voar bastante na estrada. Então tem esse conceito da leveza e do minimalismo oriental”.
Tiny House Tsuru: uma mini casa sobre rodas brasileira
“Já na arte, o tsuru é constantemente retratado como símbolo de paz e harmonia, e sua imagem é frequentemente associada à tranquilidade e calma”.
A Tiny House Tsuru nasceu para ser a moradia da Erika quando ela estiver no Brasil. Atualmente, ela mora no Canadá e vem para Brasil de vez em quando ou sob circunstâncias extraordinárias. Ela viu que precisava desse lugar para chamar de seu e decidiu que seria uma mini casa sobre rodas, minimalista e que refletisse a sua personalidade livre e desapegada.
A Tsuru foi projetada e construída pela Erika e teve participação de amigos, em pequenos mutirões e também com prestação de serviço de alguns profissionais.
Erika: “CoLab foi fundamental para conclusão da construção da Tsuru. Então foram feitas várias pequenas CoLabs, tanto com integrantes do Colibri quanto os pioneiros, outros alunos que fizeram a mentoria de Tiny House, em várias etapas da construção, e a gente sentiu já essa força do coletivo de encontrar soluções juntos, trocar experiências, manuseando ferramentas diferentes e materiais”.
Faz parte da cultura do Movimento Tiny Houses Brasil que cada pessoa que ajudou a transformar uma mini casa em realidade assine seu nome nela de forma que fique sob as paredes ou a tinta, que só o dono ou seus moradores saibam. Nós fizemos isso com o Kamecasa como forma de concretizar um trabalho em equipe e, portanto, passamos essa tradição para a nossa Erikuchi, que fez todos os participantes e colaboradores assinarem seus nomes na Tsuru e assim ficassem gravados na história dessa casinha.
Erika: “Todas as pessoas que participaram deixaram um pouquinho delas aqui na casa não só pelo pela ajuda mas também por uma tradição que eu aprendi na CoLab do Kamicasa quando a gente montou a estrutura do Assoalho. Os participantes assinam em alguma parte da casa, então alguns nomes eu assinei porque eles não estavam aqui presentes na primeira CoLab e os demais assinaram uma chapa que tá aqui no forro do banheiro”.
A importância da comunidade no movimento Tiny Houses Brasil
O trabalho em equipe faz com que a gente alcance nossos objetivos com mais agilidade e aprendizado, pois compartilhamos nossos conhecimentos e experiências e assim multiplicamos tudo isso para criar algo ainda melhor do que se estivéssemos sozinhos.
Nesse sentido, também vale falar do poder da comunidade no movimento Tiny Houses, principalmente no Brasil, onde não temos mão de obra especializada, não temos profissionais com experiência e nem empresas o suficiente olhando para este mercado.
A Erika, então, desbravou essa área com garra, e também com muita ajuda de quem acreditou e ainda acredita nos projetos que fazem o movimento brasileiro seguir em frente.
Erika: “Tive muitas dificuldades no decorrer da obra. Senti muita falta assim ainda de profissionais especializados nisso. Ainda é tudo muito novo para todo mundo, então ainda tá surgindo. Por isso que a força do coletivo, a ajuda do pessoal, foi fundamental para a gente chegar até o final. E empréstimo de ferramentas foi muito complicado também, não ter um lugar específico para eu poder construir. Eu tava contando com uma estrutura de fábrica, um lugar coberto, e ferramentas básicas. Como não tive isso, eu fui me virando com as pessoas que eu fui conhecendo.
Eu tava fora de São Paulo, eu tava no Paraná, e lá eu fui descobrindo as pessoas que poderiam me ajudar com essa parte de mão de obra e não necessariamente profissionais trabalhavam com isso. Uma das pessoas que mais me ajudou era um senhor aposentado que tinha várias ferramentas no porta-malas do carro dele”.
Os desafios foram muitos, mas a Erika encontrou saída e superou todos eles. Com a mentalidade certa e com o apoio colaborativo de uma comunidade que acredita nas mesmas coisas que ela, ela tornou tudo possível em seu próprio processo.
Dica da Erika para você
Erika: “A dica que eu poderia passar para as pessoas que estão começando agora é não esperar o momento perfeito para agir, se planejar bem, dar o primeiro passo, que depois as coisas acontecem e não ter pressa, fazer as coisas no tempo que precisar ser feito, porque às vezes atropelar pode causar certos problemas que podem ser evitados”.
A jornada na Tiny House Tsuru está só começando. Ela está quase finalizada, mas ainda precisa de alguns detalhes para poder receber hospedes.
O carinho que temos pela história da Erika com a Tiny House Tsuru é imenso, pois ela é a prova de que nosso trabalho como Pés Descalços está funcionando. Estamos realmente transformando a vida das pessoas, assim como nos permitimos sermos transformados por outros que vieram antes de nós.
Esperamos que essa história também te inspire a mudar e se permitir ser livre como a Tsuru!
Assista ao vídeo completo com a Erikushi aqui!
Com carinho, Pés Descalços e Erika Horiuchi
Comunidade Pés Descalços
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